Nas águas límpidas de um lago
a lua veio banhar-se numa noite cálida
A prata que escorria em seus cabelos
eram imagens perfumadas de outras eras;
vibrantes flores aquáticas circulavam
em ondas de luzes cintilantes...
e monocórdios grilos embalavam sons
no silêncio da noite estrelada.
Não tão longe, uma estrada sinuosa trazia
procissão de gente antiga...de outros jeitos
e modos e que cantavam e dançavam aos
sons de risos...
Gaitas de foles acompanhavam alegres
a festa que passava, ancorada em
outro espaço e tempo vibrando pela
noite adentro.
Passaram por mim sem me notarem e
não sabiam que seus risos eram transpostos
pela aliança entre o espaço e o tempo que viviam
mas chegando até a mim na noite cálida...
Depois foram sumindo pela névoa do caminho,
seus risos e seus cantos se esvaindo
em outra realidade.
Fiquei sozinha à beira do lago
observando as flores prateadas...
Guaraciaba Perides
* texto poético adaptado em outro contexto de uma experiência vivenciada e
relatada por CARL JUNG em seu livro Memórias Sonhos e Reflexões
No Universo que contemplo
Parte dele ou do Todo, senti
construir em mim
a ideia de Infinito...
São os pontos luminosos
que de tão longe ou de perto
fazem de mim componente
de toda a esfera circundante...
E fazer parte do Todo faz
de alguém que o compreende
a ilusão de ser o Tudo
na plenitude de Deus.
Não há solidão nas estrelas,
nem no espaço do Universo,
porque apenas somos parte
da consciência do Ser.
Diante do Cosmos vibrante,
abro a janela e contemplo,
como num sonho ou ilusão
aquilo que me parece,
mas que já sei que não é,
a solidão das estrelas...
Pois, o vazio não existe,
preenchido pelas luzes
que se dividem e se expandem
na grande esfera brilhante
de uma Consciência Maior.
E no espanto do encanto
que esta ideia me produz
só posso pensar que somos,
Eu , você, e todo o mundo,
o espelho que reflete
a Sagrada Face de Deus.
Tantas veces me mataron,
tantas veces me morí,
sin embargo estoy aquí,
resucitando.
Gracias doy a la desgracia
y a la mano con puñal
porque me mató tan mal,
y seguí cantando.
Cantando al sol como la cigarra
después de un año bajo la tierra,
igual que sobreviviente
que vuelve de la guerra.
Tantas veces me borraron,
tantas desaparecí,
a mi propio entierro fui
sola y llorando.
Hice un nudo en el pañuelo
pero me olvidé después
que no era la única vez,
y seguí cantando.
Tantas veces te mataron,
tantas resucitarás,
tantas noches pasarás
desesperando.
A la hora del naufragio
y la de la oscuridad
alguien te rescatará
para ir cantando.
Yo te nombro (libertad)
(Giancarlo Pagliaro)
Por el pájaro enjaulado, por el pez en la pecera,
por mi amigo que esta preso porque ha dicho lo que piensa,
por las flores arrancadas, por la hierba pisoteada
por los arboles podados, por los cuerpos torturados,
. . . ¡yo te nombro Libertad!
Por los dientes apretados, por la rabia contenida,
por el nudo en la garganta, por la bocas que no cantan,
por el beso clandestino, por el verso censurado,
por el joven exiliado, por los nombres prohibidos
. . . ¡yo te nombro Libertad!
Te nombro en nombre de todos por tu nombre verdadero
te nombro cuando obscurece, cuando nadie me ve,
escribo tu nombre en la paredes de mi ciudad,
escribo tu nombre en la paredes de mi ciudad,
tu nombre verdadero, tu nombre y otros nombres
que no nombro por temor, yo te nombro Libertad.
Por la hilera perseguida, por los golpes recibidos,
por aquel que no resiste, por aquellos que se esconden,
por el miedo que te tienen, por tus pasos que vigilan,
por la forma en que te atacan, por los hijos que te matan,
. . . ¡Yo te nombro Libertad!
Por las tierras invadidas, por los pueblos conquistados,
por la gente sometida, por los hombres explotados,
por los muertos en la hoguera, por el justo ajusticiado,
por el héroe asesinado, por los pueblos apagados,
. . . ¡Yo te nombro Libertad!
Te nombro en nombre de todos por tu nombre verdadero
te nombro cuando obscurece, cuando nadie me ve,
escribo tu nombre en la paredes de mi ciudad,
escribo tu nombre en la paredes de mi ciudad,
tu nombre verdadero, tu nombre y otros nombres
que no nombro por temor, yo te nombro Libertad.
As duas flores nasceram
no mesmo jardim do Éden
onde tudo começou...
Lindas e perfumadas viviam
a vida do sonho como a vida
fosse o sonho de ...de ser feliz,
daquelas meninas mimadas
cujo segredo era o encanto
dos seus perfumes sutis.
Seus ramos eram tão próximos
que neles se confundiam.
Quem seria a Açucena,
quem seria a Flor de Lis?
Mas, cada uma , esperava,
que muito assim , de repente,
pudessem florir o Mundo.
Açucena e Flor de Lis...
Açucena, delicada, espalhou-se
pelos campos, pelos canteiros
da Terra, pelas quadras populares,
pelas canções dos poetas...
firmou-se no solo da terra.
distribuiu o seu perfume,
encheu de alegria as praças.
Flor de Lis , a Sonhadora,
transcendeu sua condição...
e elevada aos castelos,
Castelãs e seus amores,
transformou-se em um símbolo
de hierarquia e fidalguia,
eternizada para sempre
em Bandeiras e Brasões.
Açucena , a Amorosa,
Flor de Lis, a Sedutora,
ambas da mesma espécie
nascidas do mesmo Jardim...
Histórias e mais histórias de
destinos diferentes...
Açucena ou Flor de Lis?